Antes de começar um tratamento quimioterápico contra um câncer no cérebro Warren Brewer resolveu armazenar seu sêmen em um banco específico, para ter a chance de tornar-se pai no futuro.
Infelizmente o sonho não se concretizou: o instrutor de esqui perdeu a batalha para a doença aos 32 anos, em 2011.
Desde então sua viúva, Beth Warren, enfrenta a justiça para que permita que o material genético continue armazenado, conduta que esbarra na seguinte norma: o Termo de Consentimento Informado para a guarda de óvulos e sêmen deve ser renovado periodicamente – o que, é óbvio, constituiu-se em uma impossibilidade para Brewer.
Na prática, isso significaria que o material congelado seria descartado em 2013 – período que se estendeu para 2015, pelo empenho de Beth Warren. À época do início do processo ela explicou que reconhecia ser “uma grande decisão ter um filho que nunca vai conhecer seu pai”, mas que simplesmente não conseguia resolver, com a rapidez demandada pela lei. “Preciso de mais tempo para reconstruir a minha vida”.
A novidade é que a mulher, que mora em Birmingham, ganhou na justiça, em primeira instância. “Não tenho nem palavras para descrever minha felicidade. Até agora eu não permiti acreditar que tudo daria certo”, afirmou, radiante, à imprensa local. “Pode ser que eu nunca decida fazer o tratamento para engravidar. Mas quando sair do luto, quero ter a liberdade de decidir”.
No entanto, a situação parece estar longe de ser resolvida, já que a Autoridade de Fertilização e Embriologia Humana (sigla em inglês HFEA) já avisou que pretende recorrer. Para a agência reguladora inglesa na área, a decisão pode ter implicações em outros casos “em que a demandas do doador não estiverem tão claras”.
Fonte: BBC Brasil
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