15-03-2019

Doenças medievais

O site Scientific American repercutiu informações trazidas pelas autoridades de saúde pública dos EUA de que doenças infecciosas – algumas responsáveis pela devastação de populações na Idade Média – estão ressurgindo na Califórnia e em todo o país, e atingindo, em especial, populações desabrigadas. 

Recentemente Los Angeles enfrentou um surto de febre tifoide, doença disseminada por pulgas infectadas em ratos e outros animais: para dar uma ideia da gravidade, parte da prefeitura chegou a ser interditada, depois de roedores invadirem o prédio.  

Nos últimos dois anos, a hepatite A, que se prolifera por fezes humanas, infectou mais de mil pessoas no sul da Califórnia, tendo também se espalhado entre desabrigados e/ou usuários de drogas no Novo México, Ohio e Kentucky.

No estado de Washington, moradores de rua foram infectados com a bactéria Shigella, também transmitida através das fezes e causadora da doença diarreica. e com o microorganismo Bartonella quintana, que se espalha através dos piolhos do corpo, e causa  a chamada “febre das trincheiras”.

Desastre
Autoridades de saúde pública e políticos têm usado termos como “desastre” e “crise de saúde pública” para descrever os surtos, e alertam que essas doenças podem facilmente ir além da população sem-teto.

Em fevereiro, Gavin Newsom, governador da Califórnia, lamentou que a crise de moradias esteja cada vez mais se tornando uma crise de saúde pública, citando epidemias de hepatite A no condado de San Diego, sífilis no condado de Sonoma, e tifo no condado de Los Angeles.

Tais doenças aumentaram, à medida que a população sem-teto do país cresceu nos últimos dois anos: cerca de 553.000 pessoas ficaram desabrigadas no final de 2018, e quase um quarto dos moradores de rua vive na Califórnia.

Além da população que vive nas ruas, os microrganismos se espalham em abrigos superlotados, que se alimentam sentados em calçadas contaminadas com fezes humanas – algo piorado perante sistema imunológico enfraquecido, e acesso limitado a cuidados de saúde.

Na opinião do médico Glenn Lopez, que atende pacientes sem teto em Los Angeles, “a situação de higiene é horrível” e comparável apenas à “de nações paupérrimas, onde as fezes das pessoas contaminam as áreas onde estão comendo e dormindo.”

Fontes: sites Bioethics.com e Scientific American


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