Quem usa ajuda médica para morrer no Oregon e Washington, os dois estados com os programas mais antigos para suicídio médico assistido nos EUA?
Pesquisadores de várias instituições daquele país debruçaram-se para analisar dados empíricos de relatórios anuais publicados da Autoridade de Saúde do Oregon e do Departamento de Saúde do Estado de Washington, que variaram de 1998 a 2017 no Oregon e de 2009 a 2017 em Washington.
O estudo, publicado no JAMA Network Open aponta que 2.558 – 76% – das 3.368 prescrições escritas resultaram em mortes de pacientes, com maior probabilidade de serem brancos não hispânicos (94,8%) e com 65 anos ou mais (72,4%), sendo que, ao longo do período pesquisado, variou de 20 a 102 anos. A prevalência por sexo apresentou-se quase igual, e as doenças de base mais comuns foram câncer (76,4%); doença neurológica (10,2%); doença pulmonar (5,6%) e doença cardíaca (4,6%), com perda de autonomia, comprometimento da qualidade de vida e perda de dignidade.
Além disso, a maioria dos pacientes que recebeu a prescrição tinha alguma educação universitária (71,5%), seguro médico (88,5%), e estavam sendo submetidos a cuidados paliativos no momento de suas mortes (76%). Um total de 2.075 (81%) dos pacientes morreu em casa, segundo o estudo.
Até agora, nove jurisdições – oito estados e o Distrito de Colúmbia – implementaram leis de assistência médica aos que estão em fase final de vida.
Segundo Daniel Sulmasy, diretor interino do Kennedy Institute of Ethics e professor de ética biomédica na Universidade de Georgetown e crítico da prática, um dos lideres do estudo, “apesar dos argumentos de que o suicídio assistido é necessário para evitar dores excruciantes e outros sintomas, as razões atribuídas pelos pacientes costumam ser perda de autonomia, independência e controle”.
Há vários significados acerca das decisões dos pacientes pelas drogas letais. Sulmasy explica que cerca de um terço dos pacientes morrem sem tomar os remédios, “o que pode sugerir que eles querem a segurança de uma saída”. Porém, “pode indicar que eles morreram antes de usar as drogas ou mudaram de ideia sobre usá-las”.
Fontes: Bioethics.com e U.S.News
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