A dúvida vem de promotora de justiça da infância, por sua vez, instada a responder a respeito de eventuais prejuízos causados por programas de televisão ao público infantil, de até três anos de idade, “consumidoras de um determinado canal de TV”.
Coube à Câmara Técnica de Pediatria do Conselho avaliar a questão, refletindo que: embora o número de estudos referentes à exposição de crianças pequenas a programas televisivos, particularmente abaixo de três anos de idade, tenha aumentado nos últimos anos, estes são poucos e ainda não existe consenso científico a respeito do tema.
Um ponto importante: nenhum estudo documentou benefícios da exposição precoce à televisão.
Ao contrário, consideram os membros da Câmara, “há evidências advindas de diferentes estudos científicos, bem como, recomendação da Academia Americana de Pediatria, para que crianças menores de dois anos não assistam à televisão, independentemente de seu conteúdo”, pois é um período em que “apresentam necessidade crítica de interação direta com seus pais ou cuidadores, para o desenvolvimento cerebral saudável, além de aprenderem mais com experiências reais”.
Nessa faixa etária, programas de televisão podem, inclusive, prejudicar o desenvolvimento cognitivo em relação à linguagem, “com a diminuição da exposição à voz e interação com cuidadores”.
Membros da Câmara asseveram ainda que o bebê humano aprende e se desenvolve com repetitivos atos diários e por meio do vínculo que se estabelece com os adultos, a partir do que vai adquirindo a linguagem e significado das palavras e seus conteúdos. O contato natural com outras crianças também é sempre fundamental e muito positivo.
Pelos trabalhos citados na literatura científica, a televisão não deve ser prioritariamente uma forma de estimulação nesta faixa etária.
Baseado no Parecer Consulta nº 169.207/10, do Cremesp.
Quer fazer uma pergunta?
Mande no Fale Conosco
Esta página teve 325 acessos.