Espécie de fungo que cresce como levedura, o Candida auris foi identificado pela primeira vez há uma década.
Segundo Johanna Rhodes, do Imperial College London, sua origem ainda é desconhecida, mas ele foi descrito pela primeira vez em 2009 “ao ser isolado após ter sido encontrado no canal auditivo de um paciente na Coreia do Sul”.
Rodhes deparou com o agente pela primeira vez em 2015, ao ser chamada por um hospital londrino para tentar identificar o micro-organismo que inicialmente tinha acometido dois pacientes, mas que, agora, se espalhava “pelas paredes, moveis e por toda a superfície do local”.
O fungo era muito difícil de identificar porque ninguém sabia direito o que estava procurando.
Pouco tempo depois, se disseminava não apenas por Londres, mas pelo mundo, em países como Japão, Índia, África do Sul, Venezuela, Colômbia, EUA e Espanha.
Perto
Apesar de não terem sido registrados casos no Brasil até o momento, em 2017 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu comunicado considerando o fungo “ameaça à saúde global”, relatando surtos em serviços de saúde da América Latina. O primeiro aconteceu em 2013 em Maracaibo, na Venezuela, afetando 18 pacientes – sendo 13 bebês.
Segundo a Anvisa, o modo exato de transmissão não é conhecido, mas existem evidencias de que o organismo se prolifera em ambientes médicos por contato com superfícies ou equipamentos infectados, ou de pessoa para pessoa. Assim, a transmissão ocorreria diretamente de pertences e equipamentos de assistência ao paciente – tais como estetoscópios, termômetros, esfigmomanômetros, entre outros.
Fazem parte do grupo de risco pessoas que submeteram a procedimentos invasivos; com sistema imunológico comprometido; pacientes internados em unidades de terapia intensiva por longos períodos; e com uso prévio de antibióticos ou antifúngicos.
Formas passageiras de infecção pelo C.auris podem ocorrer, mas o fungo apresenta risco real de passar à corrente sanguínea. Ao contrário de Cândida Albicans, principal responsável pelas candidíases, a infecção por C. auris é difícil de ser tratada, porque é resistente a remédios. Para dar uma ideia dos perigos, pode-se mencionar pesquisas que indicam índice de mortalidade para infecção com C.auris próximo a 60%.
Fonte: BBC Brasil
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