30-09-2002

Declaração de Bioética de Gijón

Pouco difundida no Brasil, a Declaração de Bioética Gijón afirma que a ciência e a tecnologia devem ser compatíveis com a preservação dos direitos humanos. Elaborada pelo Comitê Científico da Sociedade Internacional de Bioética, o documento considera a Declaração dos Direitos Humanos (ONU, 1948); A Declaração Universal do Genoma Humano e dos Direitos Humanos (Unesco, 1997); A Convenção de Asturias dos Direitos Humanos e da Biomedicina (Conselho da Europa, 1997)

Íntegra

Conscientes dos rápidos progressos da Bioética e da Medicina, da urgente necessidade de assegurar o respeito e os direitos humanos, dos riscos que os desvios destes progressos poderiam significar para os direitos humanos;

Convictos de que cabe à Bioética  esclarecer a opnião pública sobre as consequências de todo tipo de avanço científico e técnico,

Fazemos as seguintes observações e recomendações:


1. Las biociencias y sus tecnologías deben servir al bienestar de la Humanidad, al desarrollo sostenible de todos los países, a la paz mundial y a la protección y conservación de la naturaleza.
As biociências e suas tecnologias devem servir ao bem estar da humanidade, ao desenvolvimento sustentado de todos os países, à paz mundial e à proteção e conservação da natureza.
Ello implica que los países desarrollados deben compartir los beneficios de las biociencias y de sus tecnologías con los habitantes de las zonas menos favorecidas del planeta y servir al bienestar de cada ser humano.
Ela implica que os países desenvolvidos devem compartilhar os benefícios das biociências e de suas tecnologias com os habitantes de regiões menos favorecidas do planeta e servir ao bem estar de cada ser humano.
2. Una importante tarea de la Bioética, que constituye una actividad pluridisciplinar, es armonizar el uso de las ciencias biomédicas y sus tecnologías con los derechos humanos, en relación con los valores y principios éticos proclamados en las Declaraciones y la Convención antes mencionadas, en cuanto que constituyen un importante primer paso para la protección del ser humano.
Uma importante tarefa da Bioética, que constitui uma atividade pluridisciplinar, é harmonizar o uso das ciências biomédicas e suas tecnologias com os direitos humanos, em relação aos valores e princípios éticos proclamados nas Declarações e na Convenção supra mencionadas, por constituirem um importante primeiro passo para a proteção do ser humano. 
3. La enseñanza de la Bioética debería incorporarse al sistema educativo y ser objeto de textos comprensibles y rigurosos.
O ensino da Bioética deveria incorporar-se ao sistema educacional e ser objeto de textos compreensíveis e rigorosos.
4. Todos los miembros de la sociedad han de recibir una información general, adecuada y accesible sobre la utilización de los avances científicos, las biotecnologías y sus productos.
Todos os membros da sociedade devem receber uma informação geral, adequada e acessível sobre a utilização dos avanços científicos, as biotecnologias e seus produtos.
5. Se debe propiciar y estimular el debate especializado y público a fin de orientar las opiniones, las actitudes y las propuestas. El debate implicará de manera interactiva a los expertos de las distintas disciplinas y a los ciudadanos de diversos ámbitos, así como a los profesionales de los medios de comunicación.
Deve-se propiciar e estimular o debate especializado e público a fim de orientar as opiniões, as atitudes e as propostas. O debate implicará de maneira interativa aos experts das distintas disciplinas e aos cidadãos de diversos âmbitos, assim como aos profissionais dos meios de comunicação.
6. Debe garantizarse el ejercicio de la autonomía de la persona, así como fomentarse los principios de justicia y solidaridad. Asimismo debe respetarse la identidad y especificidad del ser humano.
Deve-se garantir o exercício da autonomia da pessoa, assim como desenvolver os princípios de justiça e solidariedade, de modo que a identidade e especificidade do ser humano sejam respeitados.
7. Todos tienen derecho a la mejor asistencia médica posible. El paciente y su médico deben establecer conjuntamente el marco del tratamiento. El paciente deberá expresar su consentimiento libre después de haber sido informado de forma adecuada.
Todos tem direito à melhor assistência médica possível. O paciente e seu médico devem estabelecer conjuntamente o limite do tratamento. O paciente deverá expressar seu consentimento livre depois de ter sido informado de forma adequada.
8. El genoma humano es patrimonio de la Humanidad, y como tal no es patentable.
O genoma humano é patrimônio da Humanidade, e como tal não é patenteável.
9. Una finalidad fundamental de las técnicas de reproducción asistida es el tratamiento médico de los efectos de la esterilidad humana y facilitar la procreación si otras terapéuticas se han descartado por inadecuadas o ineficaces. Estas técnicas podrán utilizarse también para el diagnóstico y tratamiento de enfermedades de origen hereditario, así como en la investigación autorizada.
Uma finalidade fundamental das técnicas de reprodução assistida é o tratamento médico dos efeitos da esterilidade humana e a facilitação  da procriação se outros tratamentos forem descartadas por serem inadequadas ou ineficazes. Estas técnicas poderão ser utilizadas  também para o diagnóstico e tratamento de doenças de origem hereditária, assim como na  pesquisa autorizada.
10. La creación de individuos humanos genéticamente idénticos por clonación debe prohibirse.
La utilización de células troncales con fines terapéuticos debe permitirse siempre que la obtención de esas células no implique la destrucción de embriones.
A criação de seres humanos troncales geneticamente idênticos por clonagem deve ser proibida.
A utilização de células troncales com fins terapêuticos deve ser permitida sempre que a  obtenção dessas células não implique na destruição dos embriões.
11. La investigación y experimentación en seres humanos deben ser realizadas armonizando la libertad de la ciencia y el respeto de la dignidad humana, previa aprobación por parte de comités éticos independientes. Los sujetos de los ensayos deberán otorgar su consentimiento libre y plenamente informado.
A pesquisa e experiência com seres humanos devem ser realizadas harmonizando a liberdade da ciência e o respeito da dignidade humana, prévia aprovação por parte dos comitês éticos independentes. Os participantes da pesquisa deverão conceder seu consentimento livre e plenamente esclarecido.
12. Los productos alimenticios genéticamente transformados deben comportar la prueba, de acuerdo con el conocimiento científico del momento, de que no son perjudiciales para la salud humana y la naturaleza, y se elaborarán y ofertarán en el mercado con los requisitos previos de información, precaución, seguridad y calidad.
Las biotecnologías deben inspirarse en el principio de precaución.
Os produtos alimentícios geneticamente transformados devem ser comprovados, de acordo com o conhecimento científico do momento, de que não são prejudiciais para a saúde humana e à natureza, e serão elaborados e ofertados ao mercado com os requisitos prévios de informação, precaução, segurança e qualidade.
As biotecnologias devem se inspirar no princípio de precaução.
13. Debe prohibirse el comercio de órganos humanos. Debe continuarse la investigación sobre los xenotransplantes antes de que se inicien ensayos clínicos con seres humanos.
Deve ser proibido o comércio de órgãos humanos. Deve se continuada a pesquisa sobre os xenotransplantes antes de se iniciar ensaios clínicos com seres humanos.
14. El debate ético sobre el final de la vida debe proseguir, con el fin de profundizar en el análisis de las diferentes concepciones éticas y culturales en éste ámbito y de analizar las vías para su armonización.
O debate ético sobre o final da vida deve prosseguir, com a finalidade de aprofundar nas análises das diferentes concepções éticas e culturais neste âmbito e de analisar as vias para sua harmonia.
15. A fin de promover un lenguaje universal para la Bioética, deberá hacerse un esfuerzo por armonizar y unificar los conceptos que tienen actualmente terminologías diferentes. El acuerdo en este ámbito se hace indispensable desde el respeto a las identidades socioculturales.
A fim de promover uma linguagem universal para a Bioética, deverá ser feito um esforço para harmonizar e unificar os conceitos que têm atualmente terminologias diferentes. O acordo neste âmbito se faz indispensável em virtude do respeito às identidades sócio-culturais.
En Gijón (España), 24 de Junio de 2000

MIEMBROS DEL COMITÉ CIENTÍFICO DE LA SOCIEDAD INTERNACIONAL DE BIOETICA (SIBI), AUTORES DE LA DECLARACIÓN BIOÉTICA DE GIJÓN
Marcelo Palacios (España)
Médico. Fundador de la Sociedad Internacional de Bioética (SIBI) y Presidente del Comité Científico
Agni Vlavianos-Arvanitis (Grecia)
Presidenta Fundadora de la Organización Biopolítica Internacional. Vicepresidenta de la SIBI
Rev. Maurice Dooley (Irlanda)
Representante de la Santa Sede
Jean Michaud (Francia)
Vicepresidente del Comité Nacional para las Ciencias de la Vida y la Salud. París
José Egozcue Cuixart (España)
Catedrático de Biología Celular. Universidad Autonoma Barcelona
Santiago Grisolía (España)
Profesor y Presidente de la Fundación Valenciana de Estudios e Investigaciones Avanzadas
Amos Shapira (Israel)
Catedrático de Derecho y Etica Biomédica. Universidad de Tel Aviv
Carlos Mª Romeo Casabona (España)
Catedrático, Director de la Cátedra de Derecho y Genoma Humano. Universidad de Deusto
Erwin Deutsch (Alemania)
Catedrático, Director del Instituto Médico y Farmacéutico de la Universidad de Gotinga
Santiago Dexeus (España)
Profesor. Director del Instituto Universitario Dexeus. Barcelona
Guido Gerin (Italia)
Presidente del Instituto Internacional de Estudios de los Derechos del Hombre. Trieste
Juan Ramón Lacadena (España)
Catedrático de Genética. Facultad de Biología. Universidad Complutense Madrid
Margarita Salas (España)
Profesora del Centro de Biología Molecular "Severo Ochoa". Universidad Autónoma de Madrid
Alain Pompidou (Francia)
Profesor de Biología en la Universidad René Descartes. París
Victoria Camps (España)
Catedrática de Etica de la Universidad Autónoma Barcelona
Erwin Bernat (Austria)
Profesor del Instituto de Derecho Público. Universidad de Graz
Luis Martínez Roldán (España)
Catedrático de Filosofía del Derecho. Universidad Oviedo. Secretario de la SIBI.
Paula Martinho da Silva (Portugal)
Miembro del Consejo Nacional de Etica para las Ciencias de la Vida
Jesús A. Fernández Suárez (España)
Profesor Titular de Filosofía del Derecho. Universidad de Oviedo


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