Médico de ambulância UTI, com o carro vazio, se depara com grávida acidentada. Se estivesse com paciente critico, de quem seria a preferência?
Colega de unidade móvel UTI passou pela seguinte situação: como a ambulância em que atua (juntamente com enfermeira e colega assistente) estava vazia, resolveu transportar ao hospital mais próximo paciente grávida, vítima de acidente, após constatar que o carro encaminhado pelo SAMU não dispunha de recursos sofisticados.
Buscou atender, inclusive, ao clamor popular, que considerou que a jovem grávida mereceria atendimento prioritário, apesar de haver outros acidentados no local, nenhum com ferimentos graves.
Perguntas: a conduta foi correta? E se a ambulância estivesse ocupada por paciente crítico?
Em nossa opinião, a conduta foi correta, pois foi prestado socorro à vítima, não havendo no local, naquele momento, nenhuma outra possibilidade de atendimento. Caso a avaliação do médico não denotasse necessidade de cuidados avançados, a transferência poderia ser feita pelo SAMU.
Quanto ao segundo questionamento mencionando o socorro de paciente em estado crítico já em transporte, entendemos que, a critério do médico socorrista, a ambulância poderia se aproximar dos acidentados e a equipe apenas avisar que não prestaria socorro, por estar com caso de maior urgência à bordo.
Isso poderia ser até dispensado perante situação de grande instabilidade clínica no paciente em transporte: a alternativa adequada então seria manter o caminho do hospital de referência, não se constituindo em omissão de socorro por parte do profissional.