Deu no New York Times: a Cleveland Clinic, EUA, está realizando testes pioneiros, com o objetivo de promover transplantes em mulheres que nasceram sem o útero ou àquelas cujas condições genéticas e doenças inviabilizaram o órgão. No que chamaram de “treino”, seis cirurgiões retiraram, além de rins, útero de doadora-cadáver, para estudo de um procedimento que esperam realizar em breve.
A diferença entre receptoras de útero e aqueles que necessitam de outros órgãos é que os segundos passam pela cirurgia para salvar as próprias vidas, enquanto, as primeiras, têm o objetivo único de gerar bebês.
Transplante temporário
De acordo com os pesquisadores de Cleveland, essa modalidade de transplante será temporária: o útero será removido da receptora depois que conceber um ou dois bebês, quando poderá parar de tomar drogas para evitar rejeição de órgãos.
É justamente aí que se situam os primeiros dilemas éticos a serem enfrentados por médicos e pacientes: mulheres sem risco de morte ou morbidades serão submetidas a transplantes. Além disso, elas e seus filhos, aos efeitos de drogas contra rejeição, algo não recomendado, em especial, no primeiro trimestre de gestação, queserá considerada de alto risco.
Isso sem contar com o fato de que a criança irá se desenvolver em útero de uma mulher morta.
Enquanto isso, a Cleveland Clinic promove o processo de triagem das primeiras candidatas aos transplantes. Uma delas, de 26 anos e mãe de duas crianças adotivas, afirma “implorar pela experiência” de vivenciar “enjoos pela manhã, dores nas costas e inchaços nos pés”, porque seu desejo “é sentir o bebê mexendo” dentro de sua barriga.
Fonte: The New York Times
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