Luso-Brasileiro

Como está a cooperação científica entre os povos de língua portuguesa para o desenvolvimento da Bioética?

Este foi um dos principais tópicos de discussão do VI Encontro Luso-Brasileiro de Bioética, que teve como tema “A Bioética no Encontro de Povos e Tempos”, realizado entre os dias 15 e 17 de setembro. Durante o evento, aconteceram ainda o I Encontro Lusófono de Bioética e o II Seminário de Bioética e Biodireito da Bahia.

Doze anos após os luso-brasileiros, este encontro foi marcado por um diferencial: a presença de africanos que falam a língua portuguesa. “Se eu tivesse que escolher o ponto alto do Encontro diria que foi haver sido aprovado que, de agora em diante, todo Luso-Brasileiro seja um encontro Lusófono”, aponta o médico e bioeticista Cláudio Lorenzo, presidente do Congresso e 1º vice-presidente da Sociedade Brasileira de Bioética (SBB).

Conforme informa, apesar de reconhecerem que seu país ainda é “insipiente” em Bioética, os participantes africanos – entre outros, Conceição Carvalho, presidente da Comissão de Ética em Pesquisa em Cabo Verde; e Gerito Augusto, do Instituto Nacional de Saúde de Moçambique – trouxeram ao debate relatos preciosos, vinculados a problemas de acesso a medicamentos e outros bens e serviços de saúde

Como conseqüência, diz Lorenzo, observou-se “a necessidade de aumentarmos os esforços, no sentido de promover projetos de cooperação internacional”.

Palestras
Fizeram parte do programa do Encontro palestras como Portugal, Brasil e África: A Bioética entre o século XVI e o século XXI, ministrada pelo bioeticista Paulo Fortes, presidente da Sociedade Brasileira de Bioética (SBB); Imperialismo Moral e Colonização da Bioética, Volnei Garrafa, coordenador da Catedra UNESCO de Bioética/UNB; Um modelo unificado de Bioética para o mundo lusófono é possível? Maria do Céu Patrão Neves, catedrática de Ética da Universidade dos Açores, Portugal e O possível contributo de pensadores espanhóis para a Bioética, Daniel Serrão, professor emérito da Faculdade de Medicina do Porto, Portugal.

O debate público Leituras da autonomia e seu impacto nas práticas de saúde em diferentes contextos: Omissão de informação pode ser proteção? finalizou o evento, contando com a presença dos brasileiros Gabriel Oselka, coordenador do Centro de Bioética do Cremesp; José Eduardo de Siqueira, professor da Universidade Estadual de Londrina, no Paraná, e Elma Zoboli, professora da Faculdade de Enfermagem da USP, além dos estrangeiros, Aruane Estavela (Moçambique) e Antônio Barbosa (Portugal).

Durante o pré-congresso aconteceu o II Seminário de Bioética e Biodireito,  promovido pelo Conselho Regional de Medicina da Bahia (CREMEB), com discussões de questões envolvendo autonomia e vulnerabilidade nas práticas médico-científicas.  

Lições
Que lições podem ser obtidas após um evento com programação tão rica e participação tão expressiva de convidados?

Segundo o presidente do VI Encontro Luso-Brasileiro de Bioética, em primeiro lugar, “a pertinência da participação dos demais países de língua portuguesa e a responsabilidade histórica que deve ter Brasil e Portugal em relação às dificuldades vivenciadas por estas nações no campo da saúde”.

A segunda, explica, “a importância de diminuirmos os espaços de painéis em que especialistas falam e a platéia praticamente só ouve, para debates públicos sobre questões polêmicas da Bioética, onde provocadores e platéia interagem de forma mais próxima e com mais tempo para intervenções de todos os lados”.

O próximo Encontro Luso-Brasileiro de Bioética deve acontecer em 2012, em Lisboa, Portugal, juntamente com o II Encontro Lusófono, e será presidido por Antônio Barbosa, da Ordem dos Médicos de Portugal. Tema preliminar: o compromisso assumido pelos países para atingir as Metas do Milênio.

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